Central de Baterias da Madeira
Projeto-Piloto de Armazenamento de Energia com Baterias na Ilha da Madeira

CENTRAL DE BATERIAS
SABER MAIS - SITEFICHA DO PROJETO
As opções de política energética assumidas na Estratégia Nacional para a Energia 2020 (ENE 2020), aprovada pela Resolução do Conselho de Ministros n.º 29/2010, de 15 de Abril de 2010, assumem-se como um fator de crescimento de economia e da promoção das energias renováveis e de criação de valor e de emprego qualificado em sectores com elevada incorporação tecnológica, entre outros, potenciando soluções com elevado valor acrescentado, permitindo diminuir a dependência energética do exterior e reduzir as emissões de gases com efeito de estufa. Dos cinco eixos da ENE 2020, destaca-se o segundo, que assenta na “Aposta nas energias renováveis”.
No que tange à Região Autónoma da Madeira (RAM), a política energética regional encontra-se traduzida nos Planos de Ação para a Energia Sustentável das ilhas da Madeira e do Porto Santo, desenvolvido no âmbito do Pacto das Ilhas, ao qual a Região Autónoma da Madeira aderiu em 2011. Estes planos foram aprovados pela Resolução nº 244/2012 do Conselho do Governo Regional da Madeira, reunido em plenário, no dia 29 de março de 2012 (publicada no JORAM, I Série – Suplemento, nº 43, de 5 de abril de 2012), e seguem, no essencial, as linhas de orientação europeia e nacional, constituindo o instrumento potenciador do contributo da RAM para as metas nacionais para as energias renováveis e redução das emissões de dióxido de carbono.
O sistema elétrico da ilha da Madeira, à semelhança de outros sistemas insulares isolados e sem oportunidade de interligação a uma rede continental, tem a sua produção baseada em centrais termoelétricas, mais especificamente a fuelóleo e gás natural, complementadas por centrais hidroelétricas, eólicas, solares e de resíduos sólidos urbanos.
Uma maior penetração de fontes de energia renováveis intermitentes na produção de energia elétrica, nomeadamente eólica, encontra-se muito favorecida pela implementação do Projeto de Ampliação do Aproveitamento Hidroelétrico da Calheta (AAHC), sendo necessário complementá-lo com infraestruturas de armazenamento capazes de cumprir a função de regulação primária e secundária deste sistema isolado de pequena dimensão.
O aumento da quota de produção de energia renovável está dependente da capacidade de operar, de forma segura, o sistema elétrico, com recurso a menos geradores térmicos. No entanto, a remoção de geradores térmicos da rede tem como consequências a redução da inércia do sistema, a redução da potência de curto-circuito e a redução da capacidade de regulação de tensão e frequência. É com base nestas premissas que surge o Projeto-Piloto de Armazenamento de Energia com Baterias na Ilha da Madeira, abreviadamente designado por Central de Baterias da Madeira.
A Central de Baterias da Madeira, enquadra-se na estratégia regional de maximização do aproveitamento de fontes de energia renovável, da melhoria da eficiência do sistema electroprodutor e da redução das emissões de CO2. Este sistema visa complementar o sistema electroprodutor da ilha da Madeira, com recurso a baterias de tecnologia de iões de lítio e eletrónica de potência avançada, capaz de contribuir com uma potência ativa e capacidade utilizável de 15MW/10MWh, o que permitirá a otimização dos ativos de geração próprios e a integração de mais energia “verde”, aumentando assim a quota de energias renováveis no mix de produção regional.
A integração deste sistema de engenharia avançada no sistema electroprodutor da Ilha da Madeira irá proporcionar serviços de sistema, através da resposta de potência imediata, permitindo:
- Reduzir o número mínimo de geradores térmicos (um grupo gerador), que asseguram os critérios mínimos de segurança de exploração da rede;
- Maximizar a integração de energia renovável, através da folga proporcionada pela redução da componente termoelétrica, reduzindo dessa forma a energia renovável rejeitada;
- Reduzir a produção de energia térmica e, consequentemente, as emissões de CO2;
- Reduzir os custos de manutenção do parque térmico (menos um grupo em operação);
- O apoio no controlo primário de frequência, bem como ajustes temporários de potência visando permitir o adiamento do arranque ou da paragem de 1 grupo térmico, face à incerteza e volatilidade das fontes de energia renovável como a eólica e a fotovoltaica ou ainda no apoio ao arranque do sistema de bombagem;
- Manter ou melhorar a qualidade de serviço.
Neste enquadramento, e considerando-se que se trata de um projeto que contribui para fomentar a integração de fontes de energia renovável, enquadrável na alínea c) do artigo 15.º do RE SEUR (Portaria nº 57-B/2015, de 27 de fevereiro) “Projetos-piloto de armazenamento de energia, nomeadamente de origem renovável, excluindo-se sistemas de armazenagem energética por bombagem de água e respeitando um TRL igual ou superior a 8”, a EEM candidatou este projeto, no seguimento da publicação do Aviso POSEUR-01-2019-13, tendo vindo a merecer aprovação, nos seguintes termos:
- Custo total do investimento: 12 071 milhares de Euros;
- Investimento elegível: 11 500 milhares de Euros;
- Contribuição do Fundo de Coesão: 7 475 milhares de Euros.
Objetivos:
- Reserva girante N-1 (em caso de perda de uma unidade geradora térmica, a central de baterias deve fornecer a potência equivalente à potência do gerador perdido, durante o tempo necessário até reajustar o nível de produção pelas centrais convencionais, que no limite poderá ser até colocar um novo grupo térmico na rede);
- Suporte à regulação primária de frequência, de curta duração, em casos de forte variação da carga e/ou das fontes de produção renovável intermitentes;
- Contributo para captura de energia renovável, através da escolha mais adequada do período para carregar a bateria;
- Garantia da capacidade de self supply e black-start.
Atividades/Fases:
- Em 2018, foram realizados estudos técnicos e simulações para a escolha das soluções e dimensionamento do sistema;
- Procedimento por prévia qualificação em 2019;
- Convite para a apresentação de propostas em 2019;
- Relatório final de análise de propostas em dezembro de 2020;
- Assinatura de contrato em março de 2021;
- Realização do projeto de execução a partir de março de 2021;
- Fabrico dos equipamentos elétricos a partir de maio de 2021;
- Execução dos trabalhos de empreitada civil a partir de setembro de 2021;
- Realização dos ensaios FAT a partir de outubro de 2021;
- Chegada dos equipamentos à ilha da Madeira a partir de dezembro de 2021;
- Realização da montagem dos equipamentos a partir de março de 2022 (previsão);
- Execução dos trabalhos de eletrificação a partir de março de 2022 (previsão);
- Obtenção da Licença de Exploração em abril de 2022 (previsão);
- Início do comissionamento e dos ensaios SAT a partir de maio de 2022 (previsão);
- Entrada em serviço experimental em maio de 2022 (previsão);
- Ato de Receção Provisória em junho de 2022 (previsão);
- Entrada em serviço definitivo em junho de 2022 (previsão);
- Fecho da Operação em junho de 2022 (previsão).
Atualizado em
21/06/2023 11:38
por
Joana Araújo.
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