De 1897 a 1949
The Madeira Electric Lighting Company, Limited
Nascem as diversas centrais hidroelétricas hoje em exploração, cujo contributo na produção de energia elétrica na ilha da Madeira assume parcela importante.
A 19 de junho de 1897, acendem-se as primeiras luzes da pequena Central Elétrica do Funchal, facto a que a imprensa da época deu o devido destaque. Estava aberta a primeira página que faria a história da eletricidade.
A 22 de maio de 1895, a concessão para a iluminação do Funchal por meio de eletricidade é outorgada pela Câmara Municipal ao engenheiro portuense Eduardo Augusto Kopke que a transfere, no ano seguinte, para a firma inglesa “The Madeira Electric Lighting Company, Limited”. Esta empresa implementa a primeira rede de iluminação bem como a instalação da sua central produtora de energia elétrica. Neste período de vinte anos, o uso e expansão da eletricidade vai-se impondo no quotidiano da cidade.
O objetivo do contrato de concessão de 1895 – a iluminação do Funchal por meio de eletricidade – é verdadeiramente conseguido pela inglesa “The Madeira Electric Lighting Company (1909), Limited” (2ª MELC), conhecida na ilha como Companhia da Luz Elétrica.
Para responder às exigências da crescente procura, a 2ª MELC adquire em 1910 um novo grupo, ampliando a central, já conhecida como “Casa da Luz”, com mais dois em 1911, todos eles com a potência de 135 kW.
Em 1925 é feita uma alteração ao contrato de concessão com a Câmara Municipal, sendo alargado o prazo de 40 para 50 anos. No mesmo ano é construída a MELC, uma nova central que comportará 5 novos grupos, até ao final da década de 30, cuja potência total nominal era de 1890 kW.
Na década de 1931 – 1940, a MELC completa o equipamento da Central Térmica com a aquisição do seu mais potente grupo eletrogéneo de 725 kW.
A Companhia, durante a vigência da concessão atinge o seu máximo de produção e venda de energia em 1938 e 1939, respetivamente. O Governo toma a iniciativa de estudar o aproveitamento das águas da Madeira, também para a obtenção de energia elétrica (enviando para o efeito a Missão Técnica de 1939), o que virá a acontecer duas décadas depois.
Entretanto, um pouco por toda a ilha, desenvolvem-se iniciativas particulares com vista ao aproveitamento da água, como na Ponta do Sol (Miguel Pestana Reis e Empresa Eléctrica da Ponta do Sol) e na Camacha (Frederico Rodrigues).
Neste período, estala a Segunda Grande Guerra com repercussões na aquisição de combustíveis, o que vai criar enormes dificuldades à inglesa “The Madeira Electric Lighting Company (1909), Limited”. A fim de estudar o aproveitamento da água para rega e produção de energia, o Governo enviou à Madeira, no ano de 1939, uma Missão Técnica.
Nenhum aproveitamento hidroelétrico de vulto existia então, contando-se apenas algumas iniciativas particulares de ínfima produção.
Seguindo a orientação estabelecida no país, quanto ao aproveitamento da água para obtenção de energia elétrica, a Missão Técnica de 1939, realizou um importante trabalho que se traduziu no plano aprovado pelo Decreto-Lei n.º 33 158, de 21/10/1943, onde era prevista a construção de várias centrais hidroelétricas, aproveitando duplamente a água que “abundantemente, manava desde os mais altos píncaros até ao mar”.
Atualizado em
21/06/2023 11:07
por
Joana Araújo.
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